Amigos Imaginários e a Importância do Brincar:
Imaginação e criatividade normais e saudáveis.
INTRODUÇÃO
Atualmente existem poucas pesquisas que se
dedicam ao estudo em respeito à extensão dos benefícios ou prejuízos da criação
de amigos imaginários para crianças em desenvolvimento. Pesquisas iniciais apontavam
que amigos imaginários, frequentemente evidentes dentre as idades de dois anos
e meio a três anos, costumavam desaparecer durante a época em que as crianças
chegavam à idade escolar e, também, os associavam à psicopatologias e à
incapacidade de distinguir entre fantasia e realidade entretanto, pesquisas
mais recentes mostram que amigos imaginários são mais comuns em crianças mais
velhas, ainda que de uma forma mais privada, e se dedicam a averiguar os
atributos positivos ligados à criação de amigos imaginários (BITTENCOURT & BLANCO, 1996 apud HARTER & CHAO, 1992). Ao
passo em que algumas pesquisas sobre estes personagens da imaginação com os
quais crianças de relacionam, indicam que a criação dos mesmos favorece o
desenvolvimento social, emocional e cognitivo de crianças, mencionando,
inclusive, que pais enxergam tais amigos como um sinal da alta capacidade de
imaginação de seus filhos, outras pesquisas ainda demonstram preocupação quanto
ao fato de que a companhia de um amigo imaginário pode ser uma influência
negativa para o desenvolvimento de crianças, pois, como observa Velludo (2014),
crianças com companheiros imaginários podem ser percebidas pelos outros como
reservadas e solitárias, o que, com o tempo, pode levar demais pessoas a estereotipá-las
de forma negativa, favorecendo assim problemas emocionais e de comportamento.
O presente artigo procura explorar de forma mais detalhada o
propósito e as características associadas à criação de amigos imaginários,
evidenciando assim, possíveis benefícios e prejuízos que surgem no
relacionamento de crianças com os mesmos, de tal forma, ajudando a
desmistificar essa atividade de faz de conta.
OBJETIVOS
No presente trabalho temos por objetivo nos questionarmos quanto
à normalidade do aparecimento de amigos imaginários, se este fenômeno é
saudável, por que surgem os amigos imaginários e o que trazem de benefícios as
crianças que os criam tendo em consideração que não se trata de um fenômeno
patológico, podendo ser chamado algumas vezes como “esquizofrenia saudável”.
Buscamos promover uma reflexão sobre a importância da imaginação da
criatividade e do brincar no processo educacional.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Essa brincadeira de faz de conta surge entre os 3 e 7 anos de
vida. As crianças de idade pré-escolar são as que mais se engajam neste caso,
mas ao final desse período a frequência com que as crianças brincam de faz de conta
diminui. Há evidências, no entanto, de que após a primeira infância, o faz de
conta se torna mais privado e as crianças são mais propensas a se engajarem em
fantasia quando estão sozinhas ou há poucos amigos presentes (SMITH &
LILLARD, 2012).
Utilizando a teoria de Winnicott (1975), pode-se confirmar tal
percepção ao analisar o setting
terapêutico, no qual o brincar serve como base para a psicoterapia infantil,
sendo a principal comunicação paciente-terapeuta e o meio entre a realidade
psíquica e a realidade percebida, na transicionalidade.
São recursos essenciais para o desenvolvimento saudável das
crianças, estimulando seu crescimento emocional e cognitivo em aspectos como a
auto-estima, a confiança e a autonomia, como foi explicitado por diversos
autores da área da Psicologia do Desenvolvimento assim como da Psicanálise, que
nos levaram a perceber a importância, para a criança, da comunicação lúdica.
O Amigo Imaginário
Com os amigos imaginários as crianças podem aprender habilidades
sociais. Elas aprendem a compartilhar seus sentimentos e também a receber e
lidar com o sentimento dos outros. Na verdade, alguns pesquisadores acreditam
que o amigo imaginário é uma manifestação consciente do nosso superego, a parte
do nosso inconsciente que ajuda a limitar nossas ações. Eles podem surgir de um
desenho aminado, filmes, ursinhos que a criança pode ter, ou mesmo de sua
imaginação. Onde surge para suprir alguma necessidade humana básica (TAYLOR
2008). Muitas vezes para preencher solidão e enfrentar medos (CORSO & CORSO,
2006). Onde se apresenta como um ensaio para a vida adulta (FREUD, 1908). É
comum o surgimento de amigos imaginários em situações como mudanças de cidades,
divórcio dos pais, morte de alguém querido, e várias outras situações que
possam vir a ser uma fonte de estresse para a criança.
O Brincar
O brincar não é apenas imaginar, o desenho também entra em foco.
O desenho infantil pode ser considerado de grande importância no
desenvolvimento integral da criança. Pode servir como medidor de conhecimento e
autoconhecimento, pois permite que a mesma comece a organizar as informações,
processar experiências, revelar aprendizados e expressar suas preferências
pessoais. A criança cria as mais
diversas formas de expressão, desenvolvendo sua percepção, sua imaginação, sua
reflexão e toda sua sensibilidade. Está, também, intimamente ligado ao
desenvolvimento da fala e da escrita. O ato de desenhar se encontra em ligação
direta com a cognição e com as representações feitas pela criança do meio em
que convive.
A criança desenvolve-se através da experiência social, das
interações que estabelece com o meio, com a experiência sócio-histórica dos
adultos e do mundo por eles criado. Sendo assim, a brincadeira é uma atividade
humana, na qual as crianças são introduzidas constituindo-se em um modo de
assimilar e recriar a experiência sócio-cultural dos adultos (RODRIGUES, 2009).
O brincar é característico da infância, e traz inúmeras
vantagens para a constituição da criança, proporcionando a capacitação de uma
série de experiências que irão contribuir para o desenvolvimento futuro dela.
Dessa forma, o brincar relaciona-se ainda com a aprendizagem, pois na
brincadeira, reside a base daquilo que, mais tarde, permitirá à criança
aprendizagens mais elaboradas (ROLIM, GUERRA, TASSIGNY; 2008).
Todas as crianças precisam de brincadeira. Elas já encontram em
si a vontade de brincar, devido elas estarem regadas de energia e curiosidade
perante as atividades. Há um imaginário que precisa ser explorado com
atividades e brincadeiras. A brincadeira é tão importante que é fundamental na
infância, pois irá auxiliar as crianças em suas necessidades de desenvolvimento
e dominá-las. Segundo Maxim (1997) apud Brock (2011):
A brincadeira é uma necessidade de todas as crianças. As
crianças virtualmente transbordam com todos os pré-requisitos para a
brincadeira. Um vasto reservatório de energia e curiosidade, novas experiências
emocionantes, ideias maduras e um rico estoque de imaginação que jorra
livremente como uma corrente constante de atividade... A brincadeira é uma
atividade importante na infância que auxilia as crianças a dominarem suas
necessidades de desenvolvimento.
A brincadeira é um comportamento dinâmico, construtivo e muito
ativo. Ela irá cooperar para o desenvolvimento, crescimento e aprendizagem da
criança, seja ela com necessidades especiais ou não. Segundo Garanhani (2006)
apud Gonçalves (2016) os jogos e brincadeiras tem uma importância significativa
para a educação, o aprendizado e o desenvolvimento da criança, motor e
cognitivo, o brincar é o meio pelo qual a criança representa compreende a
realidade. Da mesma forma, de acordo com Antunis (2003) apud Gonçalves (2016),
a criança reproduz seu cotidiano por meio do brincar, em seu mundo de fantasia
e imaginação. O processo de aprendizagem da criança é possibilitado pelo
brincar, pois facilita a construção da reflexão, da autonomia, da criatividade,
estabelecendo assim uma relação próxima entre jogo e aprendizagem.
A brincadeira é algo muito importante para o desenvolvimento das
crianças devido que através dela a criança consegue se exteriorizar, sai do
real e vai para o imaginário, onde ela consegue se expressar e mostrar sua
personalidade através disso, também aprende a se relacionar e seguir regras do
jogo ou atividade que esteja realizando. É fundamental também para a formação
de sua personalidade, então a brincadeira deve ser estimulada e ser inserida no
ambiente escolar e também no ambiente familiar. Segundo Santos (2004) para uma
criança brincar é tão necessário para seu desenvolvimento quanto o alimento, o
descanso e a escolaridade, pois é por meio do brincar que a criança desbrava o
conhecimento com o mundo e se adapta a tudo que a cerca.
Pode ser incluída também como maneira de aprendizagem, muitas
crianças aprendem muito mais brincando. Também como forma de interação entre as
crianças e assim ir criando suas personalidades e aprendendo com as relações
que fazem durante a brincadeira. De acordo com Natali Alves Barros Lira e
Juliana de Alcântara Silveira Rubio, no passado as crianças tinham maior
liberdade para brincar, mais espaço e mais tempo, nas ruas e praças as pessoas
se encontravam para brincar, correr, jogar e aprender uns com os outros. (LIRA
& RUBIO, 2014).
Existe uma grande mudança nas brincadeiras nos dias atuais, com
a tecnologia ela ficou muito restrita a jogos de computador e videogame,
deixando de lado os brinquedos físicos que são muito importantes para o
desenvolvimento das crianças, o que pode ter um impacto na vida das mesmas. De
acordo com Freire (2003) o bom desenvolvimento das habilidades motoras traz consequências
do ponto de vista cognitivo, social e afetivo.
O brincar não é apenas imaginar, o desenho
também entra em foco. O desenho infantil pode
ser considerado de grande importância no desenvolvimento integral da criança.
Pode servir como medidor de conhecimento e autoconhecimento, pois permite que a
mesma comece a organizar as informações, processar experiências, revelar
aprendizados e expressar suas preferências pessoais. A criança cria as mais diversas formas de
expressão, desenvolvendo sua percepção, sua imaginação, sua reflexão e toda sua
sensibilidade. Está, também, intimamente ligado ao desenvolvimento da fala e da
escrita. O ato de desenhar se encontra em ligação direta com a cognição e com
as representações feitas pela criança do meio em que convive.
As crianças realizam naturalmente muitas atividades motoras na
infância, como correr, pular, saltar, arremessar, entre outras, sendo estas
habilidades motoras fundamentais. Batista e Mussini (2003) afirmam que a
criança explora, experimenta, cria, conhece seu próprio corpo e descobre seus
limites, interagindo com outras crianças e desenvolvendo habilidades,
capacidades e potencialidades através da brincadeira e jogando em atividades
que exigem a movimentação corporal, assim também serão desenvolvidos os
aspectos cognitivos sociais e afetivos da criança, que começara a entender que
seus movimentos tem significado, se manifestando com objetivo de comunicação e
expressão.
De acordo com Vigotski (1932/1987), no início da vida da
criança, sua ação sobre o mundo é determinada pelo contexto perceptual e pelos
objetos nele contidos. Entretanto, quando se iniciam os jogos de faz-de-conta
ou jogos de papéis, há um novo e importante processo psicológico para a criança,
o processo de imaginação e de fantasia, que lhe permite desprender-se das
restrições impostas pelo ambiente imediato. Ela é agora capaz de modificar o
significado dos objetos, transformando uma coisa em dez outras. Assim, o campo
de significados se impõe sobre o campo perceptual, ampliando-o. Essa ação aonde também é considerada um brincar é
essencial para manifestar a criatividade (WINNICOTT, 1975). Vigotski (1991)
ressalta o importante papel do brinquedo no desenvolvimento da criança. Para
ele, o brinquedo proporciona mais do que prazer à criança, ele é capaz de
satisfazer necessidades fundamentais, atendendo àquilo que a criança não pode
realizar no momento imediato.
Em relação ao desenho infantil, Silva (1998) realizou um
trabalho no qual focaliza algumas das condições sociais de produção da
atividade gráfica. As informações foram levantadas através de gravações de vídeo
e de desenhos de crianças na primeira infância em situações de produção
gráfica, em sala de aula. Baseada na abordagem histórico-cultural, a análise
buscou verificar as relações entre a fala e o desenho, assim como as ações das
crianças diante das possibilidades funcionais dos materiais empregados na
atividade gráfica e as mediações entre os pares e a professora. Os resultados
do estudo mostraram a importância das interações sociais e a contribuição da
cultura no desenvolvimento do grafismo em detrimento da maturação biológica,
tão em voga ainda nos dias de hoje.
Gobbi e Leite (1999) explicitam outro lado do desenho,
apresentando, dentre outras, a teoria de Joseph Di Leo (1991), que vê os
desenhos como reveladores do desenvolvimento psíquico da criança, contendo seus
sentimentos, angústias e ansiedades. Em sua visão, poderiam contribuir para
formas terapêuticas de trabalho que buscam solucionar os distúrbios psíquicos.
Formula, ainda, questões a respeito de motivações e significados dos desenhos.
Sendo assim, as crianças colocariam no desenho, além de suas significações da
realidade, suas relações com seu modo de pensar, exprimindo frustrações e medos
através deles.
Para Oliveira (1993), na sua interpretação da teoria
vigotskiana, a brincadeira é também uma atividade regida por regras, pois não é
qualquer comportamento que se torna aceitável no âmbito de uma dada
brincadeira. As regras contribuem para que a criança entenda o universo
particular dos diversos papéis que desempenha. Tanto pela criação da situação
imaginária, como pela definição de regras específicas, o brinquedo cria uma
zona de desenvolvimento proximal na criança. No brinquedo a criança comporta-se
de forma mais avançada do que nas atividades da vida real e também aprende a
separar objeto e significado.
A Zona de
Desenvolvimento Proximal e a Teoria do Apego
É necessário explanar a zona de desenvolvimento proximal de
Vygotsky e as teorias do apego de Bowlby para melhor compreender o cuidado dos
pais em relação aos seus filhos no contexto do brincar. Um conceito empreendedor aconselhado por
Vygotsky é o de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP). Segundo Oliveira (1997)
Vygotsky notou que tinham algumas atividades que podem ser praticadas sem a
ajuda de outras pessoas respectivamente, por serem correspondidas a noções já
internalizadas pelo sujeito, ao que deu nome de nível de desenvolvimento
real. Em controvérsia, o nível de
desenvolvimento nos permite fazer algumas atividades com o auxílio de outras
pessoas. Segundo Valsiner (1991) apud Zanella (1994):
O conceito de ZDP foi cunhado por volta de 1991. Nessa época,
Vygotsky tinha desenvolvido uma série de idéias que a seu ver poderiam auxiliar
na compreensão dos processos de construção de novas funções psicológicas
superiores: o papel do jogo e da fantasia no desenvolvimento infantil, a
necessidade de conhecer tal desenvolvimento prospectivamente e o caráter
necessário das interações sociais na constituição do indivíduo. Entretanto, a
necessidade de compreender de forma globalizante esses aspectos, fez com que
Vygotsky sentisse a necessidade de construir um conceito teórico que exercesse
tal função unificadora: eis o papel do conceito de ZDP.
Para Vygotsky, o desenvolvimento compõe-se em um procedimento de
aprendizagem, por meio da interação social com outros mais avançados em suas
habilidades e capacidades intelectuais. A linguagem constituí, então, como uma
dessas ferramentas. Sabendo disso, a interação social que tem mais sucesso é
aquela em que um problema é solucionada em conjunto, com a direção de um
indivíduo mais hábil para usar as ferramentas intelectuais necessárias.
(FINO,2001). Vigotsky (1989) afirma que a aquisição do conhecimento se dá
através das zonas de desenvolvimento, a real e a proximal. A zona de
desenvolvimento real é o conhecimento já adquirido, é o que a pessoa traz
consigo. Já a zona de desenvolvimento proximal, só é atingida com o auxílio de
outras pessoas "mais capazes", que já tenham adquirido esse conhecimento.
De acordo com Vygotsky (1990) é pré determinado um potencial
para cada faixa etária e a partir deste potencial os pais, cuidadores ou
educadores funcionariam como uma espécie de andaime que auxiliaria as crianças
a alcançarem o seu desenvolvimento real. Também segundo Vygotsky, é com a
interação do sujeito com outros indivíduos e com o meio que se dá a
aprendizagem. A teoria do apego estudada por Bowlby, sobre a qual Ainsworth fez
grandes contribuições com o experimento da situação estranha no qual identificou
os tipos de apego também é de grande importância para a compreensão da relação
entre pais e crianças também no momento da brincadeira.
No contexto da
brincadeira, os pais ou responsáveis estão presentes normalmente em praças
infantis com seus filhos, que caracterizaria um momento de diversão e cuidado
com as crianças. O comportamento dos pais influencia diretamente no
comportamento das crianças, uma vez que os mesmos são exemplos para elas. Os
pais poderão caracterizar e demonstrar um comportamento de cuidado e segurança
na hora das brincadeiras, ou não. Ao mesmo tempo em que as crianças poderão
demonstram se estão em uma vinculação segura de apego com seus responsáveis ou
não.
Conforme a teoria do apego, a busca de estar próximo fisicamente
da mãe e investigar e percorrer o ambiente aparecem durante o primeiro ano de
vida e continuam de maneira intensiva durante a primeira infância. Nos três ou
quatro anos, essas formas de comportamento irão diminuir e irá haver outra
forma de expressão diferente. No primeiro momento, as crianças são inclinadas a
ter vínculos afetivos com um número pequeno de cuidadores, buscando os mesmos
como uma maneira de ter conforto quando estão em condições boas e também como
uma maneira de segurança em momentos de estresse. (PONTES, SILVA, GAROTTI &
MAGALHÃES, 2007).
Segundo Leão (2016) o sistema de vinculação se trata da criança
que controla e monitora o ambiente imediato, em caso de aflição procura a
proximidade com a figura de apego. Também é circundado pelo sistema exploratório,
ligado à curiosidade e ao domínio, pelo sistema de sociabilidade, que diz
respeito à tendência biologicamente programada e motivação para envolvimento
social, o sistema medo-angústia que trata da capacidade de vigilância,
ajustamento e registro das situações de ameaça. Os pais ou cuidadores seriam
parte fundamental do sistema de cuidado, vertente parental do apego, capacidade
de prestar cuidado e suprir as necessidades da criança e de resposta laço de
vinculação, que diz respeito às ligações emocionais, do mais fraco para quem o
protege, ou seja, da criança para seus pais ou cuidadores. O ideal é que os
pais passem a ideia de base segura, isto é, de que a figura de apoio e
protetora estará disponível proximidade física, o que se torna um conceito mentalizado
e emocional. Segundo Cassidy (1999) apud Dalbem e Dell’Aglio (2005):
Bowlby (1989) considerou o apego como um mecanismo básico dos
seres humanos. Ou seja, é um comportamento biologicamente programado, como o
mecanismo de alimentação e da sexualidade, e é considerado como um sistema de
controle homeostático, que funciona dentro de um contexto de outros sistemas de
controle comportamentais. O papel do apego na vida dos seres humanos envolve o
conhecimento de que uma figura de apego está disponível e oferece respostas,
proporcionando um sentimento de segurança que é fortificador da relação.
De acordo com J. Bowlby (1973/1984) apud Dalbem e Dell’Aglio
(2005), o relacionamento dos pais com a criança é elaborado a partir de um
conjunto de sinais inatos do bebê, que demandam proximidade. Com o passar do
tempo, um verdadeiro vínculo afetivo se desenvolve, garantido pelas capacidades
cognitivas e emocionais da criança, assim como pela consistência dos
procedimentos de cuidado, pela sensibilidade e responsividade dos cuidadores.
Por isso, um dos pressupostos básicos da teoria do apego é de que as primeiras
relações de apego, estabelecidas na infância, afetam o estilo de apego do
indivíduo ao longo de sua vida (BOWLBY, 1989).
Criatividade e
Fantasia
Ao exercitar seus pensamentos a criança cria e modifica a sua
realidade. Para uma criança, fantasiar é criar um espaço onde os encontros
impossíveis acontecem. Fantasiar é uma atividade inerente ao desenvolvimento
humano. Podemos considerar a sua função de ponte entre a vida consciente e
inconsciente, falarmos sobre a necessidade da fantasia para a evolução do
pensamento simbólico.
Freud (1908/1976) relaciona a criatividade adulta com o brincar
infantil. Segundo ele, deveríamos procurar na infância os primeiros traços de
atividade imaginativa. Ao brincar a criança cria um mundo próprio e reajusta os
elementos de seu mundo de forma que atenda aos seus desejos. E continua
afirmando que o brincar da criança é determinado pelo desejo de ser grande e
adulto. Esse desejo auxilia no desenvolvimento, pois a criança está sempre
brincando de adulto, imitando em seus jogos aquilo que conhece da vida dos mais
velhos.
Define-se que o amigo imaginário pode começar a partir de um
objeto transicional. Presente em qualquer pessoa e sentido do sujeito estar
vivo (WINNICOTT, 1975). Nesse período onde eles elaboram ideias e conflitos sem
precisar arcar com as consequências (CORSO & CORSO, 2006). Através desse
ato, a criança pode brincar de ser isto ou aquilo, explorando novas
possibilidades, escolhendo e se apropriando de novas condutas. A criatividade
pode favorecer, tanto na criança quanto na família, a compreensão e atuação de
uma dinâmica familiar adequada em relação às novas possibilidades.
Quando Winnicott (1975) aborda a origem da criatividade, a partir
de uma perspectiva também psicanalítica, afirma que esta significa o colorido
de toda a atitude com relação à realidade externa. Para ele, o mundo sem este
colorido é um mundo de submissão que “traz consigo um sentido de inutilidade e
está associado à ideia de que nada importa e de que não vale a pena viver a
vida” (p.95). Sem criatividade seria uma maneira doentia de se viver.
Explicando de forma diferente, este autor entende a presença de criatividade
como condição para uma vida saudável, ou a forma com que o indivíduo se
relaciona com a realidade externa. A criatividade é, para ele, o que dá sentido
à vida humana. Entende, ainda, que é impossível uma destruição completa da
capacidade de um ser humano para o viver criativo, “pois, mesmo no caso mais extremo
de submissão, e no estabelecimento de uma falsa personalidade, oculta em alguma
parte, existe uma vida secreta satisfatória, pela sua qualidade criativa ou
original a esse ser humano” (p. 99).
Segundo Moreno (2006) é nos primeiros anos de vida que a criatividade
pode cultivar-se de modo especial e este é o momento ideal para se buscar a
origem das diferenças de criatividade entre os diversos sujeitos. Ela conclui
suas observações, afirmando que as crianças que apresentaram um maior nível de
criatividade não só brincavam bastante com seus pais e irmãos, principalmente
mais velhos, como os jogos preferidos destas crianças de criatividade alta
implicavam mais fantasia e criatividade do que em casos de crianças com nível
de criatividade baixa. Ao se referir ao ato de contar histórias, por exemplo, a
autora afirma que os pais das crianças com um nível mais alto de criatividade,
além de contar histórias e contos clássicos, tendiam a inventar outras
histórias e a fantasiar para seus filhos.
Amabile (1989), ao fazer pesquisas sobre criatividade em
crianças, aprofundou os seus estudos numa posição que privilegia as chamadas
situações criativas, as circunstâncias envolventes, o ambiente social e as
diversas formas e processos através dos quais gera, incentiva, desenvolve,
entrava, limita ou mata a criatividade. Situação está que ela define como uma
confluência de fatores diversos. O curioso do modelo que Amabile foi
construindo é que, embora, partida das condições sociais, a autora considera
como fator primordial da criatividade a motivação intrínseca dos indivíduos. Os
aspectos ambientais e sociais só são pertinentes porque, segundo ela, têm um
forte impacto sobre a motivação intrínseca.
A premissa básica do livro de Amabile, Growing up creative
(1989) é que tal como uma planta pode ser cultivada, a criatividade pode ser
cultivada na criança. Para a autora, ao criar uma criança com amor, regando-a
com afeição e elogio, e alimentando-a com estimulação intelectual, o adulto
será capaz de colher boas sementes de sabedoria no futuro. Na obra, Amabile
descreve as experiências da infância de Albert Einstein, Marie Curie, Margaret
Mead, Pablo Picasso, Pablo Casals, Isaac Asimov e de Wolfgang Amadeus Mozart,
questionando, principalmente, quais aspectos da vida destes mestres criativos
nutrem sua movimentação para produzir maravilhas criativas.
O mundo lúdico é, por excelência, o mundo da criança, isto
porque é na situação do inventar que a criança se relaciona com o real,
vivenciando de seu modo, procurando construir e recriar a realidade. Também
funciona como espaço de socialização e interação com outras crianças, sendo um
veículo de expressão e comunicação.
METODOLOGIA
Buscou-se fazer um levantamento bibliográfico com base em
materiais já publicados e fontes diversas, aonde foram realizadas pesquisas,
trocas de ideias, resumos, buscando-se em livros, artigos, matérias, revistas e
sites da internet materiais para estudar e aprofundar o tema abordado. Optou-se
por apontar a importância da criatividade e da imaginação infantis no processo
educacional em sentido amplo deparando-nos com a importância dos amigos
imaginários para as crianças que por eles são acompanhadas, sendo estes
geralmente benéficos ao desenvolvimento normal e saudável da criança. Proporcionando
uma maior familiaridade com o tema descrevendo suas características e as
relações entre a criação dos amigos imaginários com criatividade e a
imaginação. Também foram analisados os fatores que determinam e que contribuem
para a ocorrência do aparecimento dos amigos imaginários.
Observou-se também que o aparecimento dos amigos imaginários não
ocorre apenas na infância, podendo ocorrer também em adolescentes, por exemplo,
em “O Diário de Anne Frank” aonde Anne chama seu diário de Kitty e escreve nele como se estivesse conversando com um
interlocutor, o próprio diário. Também foi observado o aparecimento de amigos
imaginários na terceira idade, o que pode ocorrer devido a um sentimento de
solidão, aonde os idosos podem dialogar com seus amigos e parentes já
falecidos.
Aponta-se também a importância do amigo imaginário para o
desenvolvimento da comunicação, da criatividade e da cognição da criança. Os
amigos imaginários podem aparecer para suprir eventuais lacunas afetivas e
ajudar na elaboração de questões psíquicas, aparecendo em situações de mudança,
como a chegada de um irmão, ou uma mudança de casa, por exemplo. Também podem
ser responsabilizados pelos atos que as crianças cometem sabendo ser errado,
como pegar um biscoito no pote antes do jantar, e ao ser flagrado dizer que era
para seu amigo imaginário, ou que foi ele quem mandou, por exemplo. Também
podem ser utilizados para a criança questionar o que não tem coragem de
questionar sozinha, como uma separação dos pais, etc.
É mais comum o aparecimento dos amigos imaginários para filhos
únicos ou filhos primogênitos, isso não quer dizer que outras crianças não os
tenham, mas é mais recorrente a crianças que não possuem outras crianças da sua
idade por perto ou que ficam mais tempo sozinhas, podendo suprir uma
necessidade de espelhamento e dialogo com alguém da mesma idade. O amigo
imaginário faz parte do diálogo egocêntrico, aonde a criança cria outra imagem
para ela mesma, podendo até servir como alter-ego em alguns casos. Alguns
especialistas chamam esta fase de “esquizofrenia saudável”, pois a criança sabe
que este amigo está apenas em sua imaginação e que não é real, mesmo que
insista para que ele sente a mesa para o jantar junto com sua família. Os
amigos imaginários podem ter a forma de outra criança, um animal, um personagem
de desenho animado que a criança assiste, uma criação de sua imaginação como um
elefante amarelo com asas, por exemplo. Também pode ser uma boneca ou um bicho
de pelúcia ao qual a criança atribui vida, como, por exemplo, o tigre de
pelúcia Hobbes (Haroldo, em português), nos quadrinhos de Calvin e Hobbes.
Com a realização das pesquisas e composição do presente trabalho
foi escolhida como forma de apresentação um mapa cognitivo, contendo os pontos
principais de forma articulada com questionamentos e provocações aos colegas e
ao professor para quem o presente trabalho será apresentado nas últimas semanas
do primeiro semestre de 2017. Acreditamos que o mapa fornece uma melhor
visualização da amplitude do assunto, permitindo a visualização das
interligações e dos questionamentos.
Pretende-se também propor uma dinâmica de imaginação ao grande
grupo, aonde se instiga a criar, descrevendo ou desenhando, um amigo imaginário
para si, ou a tentar recordar seu amigo imaginário da infância, caso tenha
ocorrido. É custoso recordar-se de um amigo imaginário da infância, pois
normalmente eles se vão após cumprirem sua função na situação difícil ou após a
entrada da criança na escola. Também pretende-se questionar se há o
conhecimento de alguma criança próxima que tem ou teve amigos imaginários para
exemplificar, na vivencia prática, esta criação.
RESULTADOS
O estudo buscou nos mostrar que através da imaginação, a criança
pode fantasiar que tem um amigo imaginário, que é um personagem com o qual
brinca e até briga. Isso é normal e faz parte do desenvolvimento. Quem nunca
viu uma criança brincar sozinha? Ou ficar horas conversando consigo mesma
inventando histórias?
O amigo imaginário permite à criança treinar o relacionamento
social e desenvolver a criatividade nas brincadeiras que constrói, é preciso estimular
a imaginação, pois ela, se saudável, contribui para formação intelectual, além
de diminuir a frustração e ajudar no desenvolvimento da linguagem. É comum que
a criança tenha amigos imaginários, porém, é importante que os pais estejam
sempre atentos e saibam identificar o limite saudável da brincadeira.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No presente trabalho podemos concluir que ter um amigo
imaginário é comum, principalmente durante a infância. O amigo imaginário serve
como um mecanismo do subconsciente infantil para a diminuição do estresse em
determinadas situações, serve também como uma expressão de seus sentimentos e
preparo para a vida adulta (FREUD, 1908).
O amigo imaginário ajuda no desenvolvimento criativo e social
das crianças, pois a criação e o convívio requerem esforço em ambas as partes e
exercita seus pensamentos modificando sua realidade, dessa forma, a criança
pode reajustar os elementos de seu mundo para que fique do jeito que imagina ou
seu subconsciente necessite.
É mais fácil encontrarmos crianças com amigos imaginários, pois
elas são mais criativas do que os adultos, o que fica perceptível no brincar,
desenhar e até mesmo criar seus amigos imaginários que podem ser visíveis como
em ursinhos de pelúcia ou mesmo invisíveis a outros olhos senão o da própria
criança, tomando a forma que ela cria em sua cabeça.
A criação e o relacionamento da criança com seu amigo podem ser
explorados para saber o que se passa em sua cabeça. Seus sentimentos, seus
medos, suas limitações e vontades. No entanto, a partir do momento em que a
criança passe dos limites, ou seja, comece a fazer coisas erradas e culpar seu
amigo imaginário, por exemplo, os pais precisam estar atentos e estudar o
motivo não só de seu ato, mas também do surgimento do amigo imaginário, levando
em conta que muitas vezes a o amigo se torna uma coisa que a criança queria
ser, mas não tem coragem para tal.
No geral, a prática é normal e saudável, estimula a criança em
diversas áreas e pode ser uma porta para a aproximação dos pais com seus
filhos, usando seu amigo como ponte e até mesmo entrando na brincadeira.
Segundo Piaget, Vygotsky e Wallon, a capacidade de aprender e se
desenvolver se dá a partir de trocas entre o sujeito e o meio. As crianças,
através do contato com outras pessoas, desenvolvem a sua capacidade afetiva,
sua auto-estima, o pensamento, a linguagem e sensibilidade (FELIPE, 2001).
Dentro dos momentos observados cabe destacar a inter-relação
entre as crianças, especialmente entre irmãos, aonde muitas vezes o mais velho
auxilia o mais jovem, impulsionando o balanço, convidando para a brincadeira,
fazendo a mediação com a mãe. De acordo com Jaitin (2001), o vínculo fraterno é
importante constitutivo do aparelho psíquico, além de se tratar de uma
construção psíquica comum, que permite distinguir um subgrupo dentro do grupo
familiar, quando duas, ou mais, crianças dividem a mesma mãe, percebem-se como
não sendo o objeto privilegiado e exclusivo da figura materna, deste modo,
facilitaria-se a diferenciação entre real e imaginário, assegurando um
intercâmbio e mediação entre realidade psíquica e realidade factual em todos os
componentes, culturais, sociais, familiares. Segundo Losso (2001) apud Goldsmid e Feres-Carneiro (2007) a função
fraterna se dá como uma ajuda recíproca, de assistência e colaboração em níveis
de igualdade, seria uma identificação mais próxima que os pais, já que os
irmãos fazem parte da mesma geração. Através da brincadeira e do jogo a relação
entre irmãos se dá em um contexto aonde é possível elaborar angustias,
desenvolver criatividade, aprender e ensinar reciprocamente e descarregar
moderadamente a agressividade, além de incentivar a superação por meio das
competições nas quais os irmãos sempre se colocam.
Bowlby (1989) apud Benczik (2011) também reforça
que é de grande importância os pais poderem fornecer uma base segura a partir
da qual uma criança pode explorar o mundo exterior tendo garantia de um retorno
ao qual serão bem vindos, nutridos física e emocionalmente, confortados se
houver um sofrimento e encorajados se estiverem ameaçados.
Esta relação de apego tem como consequência a construção, por
volta da metade do terceiro ano de idade, de um sentimento de confiança e
segurança da criança em relação a si mesma e, principalmente, em relação
àqueles que a rodeiam, sejam estes suas figuras parentais ou outros integrantes
de seu círculo de relações sociais (BOWLBY, 1989).
De acordo com Bronfenbrenner e Morris (1998) apud Crepaldi et.
al. (2006) o desenvolvimento humano se dá através de processos de interação
cada vez mais complexos entre o individuo e as outras pessoas e o individuo e o
meio. As outras pessoas funcionariam como objetos e símbolos do ambiente
externo imediato e tais interações deveriam ser efetivas, ocorrendo em período
razoável de tempo. Aqui a família se torna um contexto de desenvolvimento
primordial aonde são fundamentais as interações entre pais e crianças para
efetivar os processos proximais motores essenciais do desenvolvimento, tais
como as atividades de alimentar, confortar ou brincar com a criança (BRONFENBRENNER
& CECI, 1994).
De acordo com a teoria da Zona de Desenvolvimento Proximal de
Vygotsky os adultos funcionariam como andaimes ao auxiliar as crianças em suas
tarefas até que consigam fazê-las sozinhas, como auxiliar uma criança menor a
subir no balanço ou cuidar para que desça com segurança do escorregador, o que,
conforme a criança for ficando maior, já fará naturalmente, de forma a também
estimular seu desenvolvimento motor. Pode-se dizer que os pais que incentivam
as brincadeiras dos filhos estão também incentivando seu desenvolvimento motor,
cognitivo e social.
Ainda se torna importante abordar a geração atual que utiliza
muito da tecnologia em suas brincadeiras. Segundo a Abragames (2004) apud
Batista et. al. (2008) uma pesquisa foi realizada e publicada por Aguilera e
Méndiz (2003) na qual foi apontada a confirmação de que os jogos eletrônicos
podem auxiliar a desenvolver várias habilidades, como ajudar a pensar em
resoluções de problemas, propor estratégias, organizar elementos, antecipar
resultados, assim estimulando o pensamento lógico. Porém se o tempo em frente á
tela não for estipulado, principalmente para crianças menores, pode gerar
prejuízos ao jogador, como insônia, baixo rendimento escolar, isolamento do
convívio social e do contato humano e falta de paciência para resolver exercícios
que necessitem de uma elaboração mental mais complexa (MENA, 2003).
O brincar é uma forma de aprendizado, aonde a criança aproveita
e conhece os brinquedos, seu corpo e suas próprias capacidades. Vygotsky (2007)
apud Miranda e Teixeira (2015) ressalta que “brincadeira é entendida como
atividade social da criança, cuja natureza e origem específica são elementos
essenciais para a construção de sua personalidade e compreensão da realidade na
qual se insere.” Menciona ainda que as várias brincadeiras e os jogos
oportunizam a criança a três importantes características, a imitação, a regra e
a imaginação. Neste sentido, de acordo com oliveira, é correto dizer que a brincadeira
simbólica fornece à criança a possibilidade de ir ao outro, viver suas
respectivas experiências e voltar novamente ao seu próprio mundo. A criança, ao
brincar, desenvolve sua capacidade de refletir sobre os fatos reais de formas
cada vez mais abstratas, bem como constrói sua realidade, tanto pessoal quanto
social. Brincando, a criança conscientiza-se de si mesma como ser agente e
criativo. A relação do brincar produz e reproduz emoções, possibilitando nomear
e organizar um mundo de caos para um mundo de descobertas, facilitando a
abertura para o campo cognitivo. Compreende-se assim como o ato de brincar faz
parte do desenvolvimento da criança, é uma necessidade básica e imprescindível.
Chateau (1987) apud Miranda e Teixeira (2015) salienta, que “Uma criança que
não sabe brincar, é uma miniatura de velho, e será um adulto que não saberá
pensar.”
Outro aspecto que chama atenção no brincar é a separação que
ocorre entre meninos e meninas, muito comum nas fases de início escolar aonde
se instauram o “clube do Bolinha” e o “clube da Luluzinha”, termo que homenageia
a animação da década de 30. O que muitas vezes se mantém na praça infantil,
mesmo que ali não existam “brinquedos de menino” e “brinquedos de menina”.
Também há a diferença de cuidado no sentido de observar que a criança não se
machuque, muitas vezes o menino é incentivado e deixado solto, enquanto a
menina recebe vários avisos para tomar cuidado, o que reflete comportamentos
diferentes, se vê nas praças meninos mais ativos e aventureiros e meninas mais
cuidadosas e prudentes.
Segundo Weintraub et al. (1984) apud Carvalho
et al. (1993) meninos e meninas tendem a brincar de coisas diferentes, e a
preferir brinquedos diferentes. As preferências distintas já seriam observadas
por volta dos 12 meses de idade, tornando-se mais acentuadas ao final do segundo
ano de vida, e muito explícitas dos 4 aos 6 anos; também aqui, os meninos
apresentariam preferências mais nítidas do que as meninas. Uma criança que tem maior possibilidade de experimentação também
terá uma ampliação de repertório e enxergará o brincar além das questões de
gênero. Por isso, é importante que os pais proporcionem experiências mais
amplas e de diversidade para o seu filho. “É no brincar, e talvez apenas no
brincar, que a criança ou o adulto fruem sua liberdade de criação.” D.W.
Winnicott.
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Agradecimentos
especiais a:
Cristina Zabloski De Mattos
George Lucas Franche
Maiara Ferreira
Maria Luiza Dresch Buttinger
Maria Paula de Castro Gass
Natália Corsetti Ponzi
Nathan da Rocha Miranda Costa
Simone Marques Herter
Artigo não publicado oficialmente - Não Plagie!!!