quarta-feira, 9 de junho de 2021

A Preparação Psicológica de Pacientes Pediátricos





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De acordo com Nascimento et. al. (2007) o conceito de infância é tanto cultural quanto biológico. “A palavra infância evoca um período que se inicia com o nascimento e termina com a puberdade” (Andrade, 2010, p.53). A criança é visa como um ser em desenvolvimento, aonde o crescimento se dá em uma sucessão de fases cognitivas e psicológicas (Nascimento et. al., 2007). Santos e Lauro (2003) defendem que as infâncias são várias, pois depende da criança, do seu contexto, desenvolvimento, subjetividade e aprendizado. A infância é um período onde a construção do ser é mais evidente do que em outras etapas da vida, sendo de grande desenvolvimento motor, emocional, social, intelectual, etc. Aonde também se destaca a apropriação que a criança faz do mundo através do brincar.



Globalmente e por muito tempo as crianças eram levadas às salas de cirurgia sem terem consciência do que aconteceria com elas, pensava-se que seria melhor não gerar ansiedade e medo antecipado na criança, da mesma forma que acreditava-se também ser melhor não discutir com elas sobre a experiência que haviam passado após a cirurgia, pois acreditava-se que esqueceriam rapidamente. A mesma autora coloca que posteriormente, após a realização de pesquisas e estudos foi garantido o direito da criança de saber a verdade sobre sua realidade e as experiências que enfrentaria em cirurgia (Huerta, 1996). 



Muitas vezes não existe a preocupação de tentar explicar para a criança o que está acontecendo, sendo que diversos problemas advém desta falta de explicação sobre o que está ocorrendo e o motivo dos exames realizados e medicamentos aplicados.

A internação e o processo cirúrgico não envolvem apenas aspectos biológicos e psíquicos, mas também sociais – e assim, o profissional que está oferecendo acolhimento para o paciente pediátrico deve estar ciente da integralidade do ser. Uma criança em idade escolar, por exemplo, ao ser privada do convívio com seus pares, irá sofrer muito mais com a hospitalização do que a criança que não possuía o hábito do convívio social.




De modo geral, recomenda-se os seguintes métodos:

• crianças até 1,5 - 2 anos: preparar suas mães;

• crianças de 2 a 4 anos: dramatizar os aspectos mais relevantes do procedimento, tais como: pessoas usando avental, máscara e gorro; a anestesia é um "cheirinho" ou "um remédio para você dormir e não sentir dor"; acordar junto aos pais, etc.

• crianças de 4 a 6 anos e escolares iniciantes: utilizar amplamente o "brinquedo de dramatização";

• escolares maiores: explanação com auxilio de desenhos sobre o quê acontecerá e porquê; permitir escolhas possíveis como o local de aplicação do pré-anestésico; permitir privacidade para o banho e para se vestir para o C.C.;

• adolescentes: fornecer o máximo de informação de acordo com suas necessidades, considerando suas preocupações com sua imagem corporal e sua integridade; permitir escolhas possíveis e privacidade para o banho e para se vestir para o C.C.; a permanência dos pais dependerá da escolha do adolescente






Características Particulares Da Pediatria

→Ao realizar atendimentos para o público infantil, é fundamental que o profissional não negligencie a influência familiar no processo terapêutico.

→Para Huerta (1996), é necessário que exista um preparo com a família da criança, pois é esta quem presta o cuidado e representa a rede de proteção e apoio ao indivíduo. Uma família preparada pelos agentes de saúde certamente terá maiores condições de auxiliar a criança a enfrentar a experiência da hospitalização.

→Os pais ou responsáveis pela criança devem ter este espaço de fala e apoio individual, já que o adoecimento de um ente próximo estremece toda a estrutura familiar.





A ocultação de informações e a mentira sobre o procedimento médico ou sua finalidade estão diretamente ligadas aos sintomas emocionais posteriores.

Em contrapartida, a criança que foi adequadamente preparada apresenta uma diminuição no potencial traumático da situação, diminuindo consequentemente os sintomas emocionais posteriores.

Muitas vezes não existe a preocupação de tentar explicar para a criança o que está acontecendo, sendo que diversos problemas advém desta falta de explicação sobre o que está ocorrendo e o motivo dos exames realizados e medicamentos aplicados.





Na tentativa de tornar o ambiente hospitalar mais humano, pode-se estimular a família a trazer os objetos preferidos da criança, auxiliando-a a manter o vínculo com seu lar.

Para Mesquita et. al.(2013), faz-se necessário preservar, ainda que no hospital, as características do universo infantil.

É nosso dever assegurar a garantia do direito da criança (saber sobre a sua condição; ter entendimento sobre o que enfrentará durante a intervenção médica; etc.).



De acordo com Huerta (1996), devem ser oferecidas para a criança explicações honestas, diretas e simples, de acordo com o seu nível de desenvolvimento. Torna-se importante ressaltar que o procedimento médico inclui o período pré, durante e pós – sendo necessário preparar o paciente para os cuidados posteriores, como curativos, a medicação, retirada de pontos, coleta de exames, infusões intravenosas, etc.







“Um dos objetivos do preparo é ajudar a criança a enfrentar da maneira mais sadia possível aquilo que não pode ser evitado, e o resultado, eminentemente individual, é uma reação de medo adequada à realidade da experiência, isto é, uma reação diferente do pânico e da negação, pois ambos implicam na perda de contato com a realidade” (Huerta, 1996, p.351)




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